quarta-feira, 22 de abril de 2009
Um tal de Dow, Um tal de Jones

Quem foram os homens que deram seus nomes ao índice
Todos os dias, o noticiário informa as oscilações do índice Dow Jones, que reúne o valor das ações de 30 grandes indústrias negociadas na Bolsa de Nova York, mas você caro leitor do Blog a dita história sabe de onde saiu esse nome?
Tudo começou em 1882. Três jornalistas, Charles Dow, Charles Bergstresser e Edward Jones, fundaram, em Wall Street, número 15, a Dow Jones & Company. Bergstresser só ficou fora da razão social porque seu nome era muito comprido. Quatro anos depois, a empresa lançou o índice industrial Dow Jones. Em 1889, os três publicaram a primeira edição do The Wall Street Journal, até hoje um dos mais importantes jornais do mundo.
A crise das tulipas no século XVII
O preço delas não parava de subir. Era uma beleza: você aplicava o dinheiro que tinha guardado para dar entrada numa casa e, em coisa de 2, 3 anos, já tinha o suficiente para comprar a casa, à vista. Nunca tinha sido tão fácil fazer dinheiro. E, óbvio, todo mundo queria entrar nessa.
Não, não estamos falando de ações. Nem de nada que aconteceu recentemente. O assunto aqui é um mercado financeiro diferente: o das tulipas, que floresceu (hehe) na Holanda do século 17. Essas flores caíram no gosto dos nobres e endinheirados da Europa logo que foram trazidas da Turquia. As mais raras eram cotadas a preço de fazer inveja a qualquer Rolex ou Louis Vuitton de hoje. A mais cobiçada era uma tulipa de pétalas cor-de-rosa, a Semper Augustus. Em 1624, um único botão custava o mesmo que um sobradinho no centro de Amsterdã (1,200 florins). E os preços iam subindo.
No começo da onda, os floristas só faziam negócios na primavera, quando os bulbos (as raízes de onde nascem as tulipas) floresciam. Mas não demorou para que inventassem um jeito de manter o comercio o ano inteiro. Especuladores compravam bulbos dos floristas no inverno e ficavam com eles na esperança de que o preço subisse quando as flores descem as caras. Na verdade eles não levavam os bulbos para casa, ficavam com um contrato (um titulo, no jargão financeiro) que lhes dava o direito ao dinheiro que eles rendessem mais tarde. Não demorou e passaram a comercializar os próprios contratos. Um investidor que tivesse pago 1,200 florins por um esperando que o bulbo subisse de preço às vezes preferia vender a algum interessado por 1,300 do que guardar até a primavera. Esse outro sujeito podia achar alguém afim de pagar 1,400 e vender de uma vez pra embolsar o lucro. Uma hora, já tinha gente pegando emprestados 1,400 florins para comprar o bulbo e vende-lo no dia seguinte por 1,500. ou seja: conseguindo um lucro sem ter investido nada – é o que os especuladores chamam de “alavancagem”. Um holandês que nem tivesse fundos para pagar o empréstimo conseguia levantar de uma só vez a grana para pagar o empréstimo conseguiia levantar de uma só vez a grana para pagar o que devia e ainda embolsar uns trocados. Bom negócio... tão bom que as instituições financeiras fazem isto até hoje. Por exemplo: o falido banco Lehman Brothers pegava emprestado U$$ 30 bilhões para investir para cada U$$ 1 bilhão que tinha nas mãos. Se o mercado está quente, cheio de oportunidades, isso garante lucros astronômicos. Mas, se a coisa fica esfria, vira um investimentos quase dos amis arriscados.
Mas vamos voltar a falar das flores. Conforme a especulação dos bulbos crescia, o preço aumentava, já que tinha muita gente querendo comprar. E a coisa a ficar idêntica a um mercado de ações. As tulipas raras, valiam mais, faziam o papel das grandes empresas – aquelas mais seguras para investir, mas que, como já são valorizadas não sobem tanto.
A cobiçada Semper Augustus, por exemplo. No auge do boom, em meados de 1630, ela subiu 300%, de 20 mil para 6 mil florins. É um aumento é um aumento semelhantes ao que as ações da vale, a segunda maior mineradora do mundo, teve na Bovespa nos último 3 anos. Já com as flores baratas, o crescimento foi ainda mais vertiginoso. Cada meio quilo de tulipa amarela foi de 20 para 1,200.
O mercado das tulipas tinha pegado fogo: se você adquiria um titulo pelo preço que fosse, sempre aparecia alguém “mais otário” para compra-lo por um valor maior, só que o fogo não é eterno, posto que é chama. “mais que seja infinito enquanto dure”, torciam os especuladores. Não foi. Esse mercado só se sustentaria se o preço continuasse subindo até o fim dos tempos. E isso nunca aconteceu na história da humanidade.
O crash das tulipas veio logo que descobriram um monte de fraudes – floristas estavam vendendo contratos falsos, que não davam direito a bulbo nenhum. A desconfiança reinou e ninguém mais queria os papéis. Quem tinha vendido suas casas e carruagens para investir no dinheiro fácil se viu com as calças na mão. Os contratos viraram “títulos podres”, no jargão dos economistas, sem valor algum.
É exatamente o problema que deu inicio à crise de hoje. Quebradeiras, por sinal, são tão constantes quanto bons momentos da economia. Não faltaram crises depois da das tulipas: na mesma época, ingleses incautos perderam suas economias em ações suspeitas, de companhias que ofereciam para caçar tesouros submarinos. Depois em 1845, milhões de libras viraram fumaça na “bolha de ferrovias” – o equivalente vitoriano da bolha da internet, de 2001.
Não, não estamos falando de ações. Nem de nada que aconteceu recentemente. O assunto aqui é um mercado financeiro diferente: o das tulipas, que floresceu (hehe) na Holanda do século 17. Essas flores caíram no gosto dos nobres e endinheirados da Europa logo que foram trazidas da Turquia. As mais raras eram cotadas a preço de fazer inveja a qualquer Rolex ou Louis Vuitton de hoje. A mais cobiçada era uma tulipa de pétalas cor-de-rosa, a Semper Augustus. Em 1624, um único botão custava o mesmo que um sobradinho no centro de Amsterdã (1,200 florins). E os preços iam subindo.
No começo da onda, os floristas só faziam negócios na primavera, quando os bulbos (as raízes de onde nascem as tulipas) floresciam. Mas não demorou para que inventassem um jeito de manter o comercio o ano inteiro. Especuladores compravam bulbos dos floristas no inverno e ficavam com eles na esperança de que o preço subisse quando as flores descem as caras. Na verdade eles não levavam os bulbos para casa, ficavam com um contrato (um titulo, no jargão financeiro) que lhes dava o direito ao dinheiro que eles rendessem mais tarde. Não demorou e passaram a comercializar os próprios contratos. Um investidor que tivesse pago 1,200 florins por um esperando que o bulbo subisse de preço às vezes preferia vender a algum interessado por 1,300 do que guardar até a primavera. Esse outro sujeito podia achar alguém afim de pagar 1,400 e vender de uma vez pra embolsar o lucro. Uma hora, já tinha gente pegando emprestados 1,400 florins para comprar o bulbo e vende-lo no dia seguinte por 1,500. ou seja: conseguindo um lucro sem ter investido nada – é o que os especuladores chamam de “alavancagem”. Um holandês que nem tivesse fundos para pagar o empréstimo conseguia levantar de uma só vez a grana para pagar o empréstimo conseguiia levantar de uma só vez a grana para pagar o que devia e ainda embolsar uns trocados. Bom negócio... tão bom que as instituições financeiras fazem isto até hoje. Por exemplo: o falido banco Lehman Brothers pegava emprestado U$$ 30 bilhões para investir para cada U$$ 1 bilhão que tinha nas mãos. Se o mercado está quente, cheio de oportunidades, isso garante lucros astronômicos. Mas, se a coisa fica esfria, vira um investimentos quase dos amis arriscados.
Mas vamos voltar a falar das flores. Conforme a especulação dos bulbos crescia, o preço aumentava, já que tinha muita gente querendo comprar. E a coisa a ficar idêntica a um mercado de ações. As tulipas raras, valiam mais, faziam o papel das grandes empresas – aquelas mais seguras para investir, mas que, como já são valorizadas não sobem tanto.
A cobiçada Semper Augustus, por exemplo. No auge do boom, em meados de 1630, ela subiu 300%, de 20 mil para 6 mil florins. É um aumento é um aumento semelhantes ao que as ações da vale, a segunda maior mineradora do mundo, teve na Bovespa nos último 3 anos. Já com as flores baratas, o crescimento foi ainda mais vertiginoso. Cada meio quilo de tulipa amarela foi de 20 para 1,200.
O mercado das tulipas tinha pegado fogo: se você adquiria um titulo pelo preço que fosse, sempre aparecia alguém “mais otário” para compra-lo por um valor maior, só que o fogo não é eterno, posto que é chama. “mais que seja infinito enquanto dure”, torciam os especuladores. Não foi. Esse mercado só se sustentaria se o preço continuasse subindo até o fim dos tempos. E isso nunca aconteceu na história da humanidade.
O crash das tulipas veio logo que descobriram um monte de fraudes – floristas estavam vendendo contratos falsos, que não davam direito a bulbo nenhum. A desconfiança reinou e ninguém mais queria os papéis. Quem tinha vendido suas casas e carruagens para investir no dinheiro fácil se viu com as calças na mão. Os contratos viraram “títulos podres”, no jargão dos economistas, sem valor algum.
É exatamente o problema que deu inicio à crise de hoje. Quebradeiras, por sinal, são tão constantes quanto bons momentos da economia. Não faltaram crises depois da das tulipas: na mesma época, ingleses incautos perderam suas economias em ações suspeitas, de companhias que ofereciam para caçar tesouros submarinos. Depois em 1845, milhões de libras viraram fumaça na “bolha de ferrovias” – o equivalente vitoriano da bolha da internet, de 2001.
A agitada história da Rua do Muro

Antes de ser o centro do capitalismo, Wall Street protegeu holandeses de índios.
Há mais de dois séculos, Wall Street é o principal endereço do mercado financeiro no mundo. Nem sempre foi assim. Houve um tempo em que ela correspondia apenas a sua tradução literal: a Rua do Muro. Por volta de 1640, os holandeses que dominavam Nova Amsterdã, uma vila com 270 moradores, ergueram uma barreira contra ataques dos índios. Os colonizadores só não contavam com a astúcia dos rivais ingleses, que, pelo mar, tomaram o lugar em 1664 e o rebatizaram de Nova York. Ao longo da barreira encontrada, os britânicos construíram Wall Street. A muralha caiu em 1699, mas o nome ficou.
A principio, o lugar era cenário para negociação de contratos de navegação. A venda de títulos e ações só começou no século 18. Em 1792, para organizar as transações, 24 corretores assinaram um tratado que definia regras e tarifas. O acordo recebeu o nome de árvore do fim da rua: Buttonwood (plátano). Nascia a bolsa de valores de Nova York.
Fortunas surgiram e desapareceram em Wall Street. A crise de 1929 trouxe para o endereço uma péssima fama, que perdurou até os anos 50. Com a crise de que vem assolando o mundo, a pecha voltou. Com a imagem pública, despencou também o valor dos imóveis na região: no último ano registrou-se uma desvalorização de 8,8%.
Há mais de dois séculos, Wall Street é o principal endereço do mercado financeiro no mundo. Nem sempre foi assim. Houve um tempo em que ela correspondia apenas a sua tradução literal: a Rua do Muro. Por volta de 1640, os holandeses que dominavam Nova Amsterdã, uma vila com 270 moradores, ergueram uma barreira contra ataques dos índios. Os colonizadores só não contavam com a astúcia dos rivais ingleses, que, pelo mar, tomaram o lugar em 1664 e o rebatizaram de Nova York. Ao longo da barreira encontrada, os britânicos construíram Wall Street. A muralha caiu em 1699, mas o nome ficou.
A principio, o lugar era cenário para negociação de contratos de navegação. A venda de títulos e ações só começou no século 18. Em 1792, para organizar as transações, 24 corretores assinaram um tratado que definia regras e tarifas. O acordo recebeu o nome de árvore do fim da rua: Buttonwood (plátano). Nascia a bolsa de valores de Nova York.
Fortunas surgiram e desapareceram em Wall Street. A crise de 1929 trouxe para o endereço uma péssima fama, que perdurou até os anos 50. Com a crise de que vem assolando o mundo, a pecha voltou. Com a imagem pública, despencou também o valor dos imóveis na região: no último ano registrou-se uma desvalorização de 8,8%.
sexta-feira, 13 de março de 2009
O Arquétipo da Destruição.

O Nazismo foi um movimento criado por Hitler, influenciado por idéias atribuídas a Gobineau, Houston Stewart Chamberlain, Richard Wagner e outros. Expôs estas idéias no livro "Minha luta". Pregava a superioridade da raça germânica e a necessidade de exterminar o judaísmo e o comunismo. Criou o mito da "raça ariana". Era anti-cristão, anti-democrático, anti-liberal. Instituíu o partido único, não admitiu oposição de espécie alguma, propagou o regime do terror numa escala inimaginável, empregou a tortura, provocou a segunda guerra mundial inventou o universo concentracionário, destruiu milhões de vidas humanas, difundiu a idéia do super-homem alemão ao qual tudo era permitido menos a piedade, criou a maior máquina de guerra que o mundo conheceu e por pouco teria envolvido toda a humanidade numa época de barbarismo nunca vista. Descobriu o valor da propaganda como arma política, baseou a "ordem jurídica" no "sadio sentimento do povo alemão" destruindo-a completamente, levou o cidadão a uma subserviência total aos fins do Estado com esquecimentos dos elementares princípios da comunidade humana, degradou todas as classes do país. Montanhas de livros já se escreveram e vão se escrever para explicar o nazismo, mas o mais importante é lutar para que não subsistam as condições de vida que o provocaram. Seus principais dirigentes foram condenados no julgamento de Nuremberg.
(B. - Peter Weiss, O interrogatório. (peça teatral com várias edições): William L. Shirer, Ascensão e queda do Terceiro Reich. Civilização Brasileira (várias edições).
(B. - Peter Weiss, O interrogatório. (peça teatral com várias edições): William L. Shirer, Ascensão e queda do Terceiro Reich. Civilização Brasileira (várias edições).
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
O Mangue Seco é um lugar que abriga diversos ecossistemas litorâneos como dunas, restinga, foz, manguezais e praias, um lugar que serviu e serve de inspiração para vários artistas e escritores como Jorge Amado que escreveu seu Romance Tieta do Agreste inspirado nas paisagens e no cotidiano de seus Nativos e o Artista Plástico Chico Alves que retrata as paisagens do Mangue Seco em telas, conchas, telhas e em outros abjetos, acompanho seus trabalhos há muito tempo e tenho muita admiração, por isso o Blog A Dita história presenteia seus leitores com uma pequena amostra de seus trabalhos.
Telas 15x15 Cms
Sitio à beira rio
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
A Morte Lhe Cai Bem – Arte Funerária no Brasil

Por mais doloroso que possa parecer, a morte faz parte da vida. E uma parte muito importante. Desde os tempos mais remotos, os registros arqueológicos indicam que os ritos funerários são uma constante da rotina humana. Desde a tradição do sepultamente até as teorias pós-vida que servem de base para praticamente todas as crenças religiosas, a morte faz parte do inventário cultural das sociedades.
Na Idade Média, por exemplo, segundo Jacques Le Goff e Geroges Duby, a morte na Idade Média era um momento de transição, das coisas passageiras para as eternas, um ritual compartilhado por toda a família. Não raro, os membros da casa assumiam que podiam pressentir a chegada da morte para, então, se preparar para a sua chegada. Hoje, a morte possui múltiplas interpretações, podendo significar desde uma obsessão a um tabu.Enquanto tópico da cultura, a morte passou a ser objeto de estudo dos historiadores, especialmente a partir da década de 1970, em que a tradição dos Annales retomou temas que estavam fora da estrutura meramente econômica e mais próximos da psicologia ou da antropologia.
Para quem se interessar pelo assunto – ou pela abordagem – A Dita História indica o ótimo site “Arte Funerária no Brasil”. Projetado pela professora Adjunta de História da Arte da Universidade Federal de Goiás, Maria Elizia Borges. Segundo a Borges, a concepção do site tem como objetivo "propiciar ao internauta, a possibilidade de descobrir que no silêncio, os símbolos presentes nos túmulos, produzidos com certo gosto artístico, despertam os mais profundos e significativos sentimentos."O site possui versão em português, inglês e francês. É possível encontrar informações sobre vários cemitérios brasileiros, baixar dezenas de artigos sobre o tema, além de contar com uma lista de links importantes. Se você não tem medo do mistério da morte e gosta de história cultural, não deixe de conferir clicando aqui.Imagem: O Dia da Morte; pintura de William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)
Na Idade Média, por exemplo, segundo Jacques Le Goff e Geroges Duby, a morte na Idade Média era um momento de transição, das coisas passageiras para as eternas, um ritual compartilhado por toda a família. Não raro, os membros da casa assumiam que podiam pressentir a chegada da morte para, então, se preparar para a sua chegada. Hoje, a morte possui múltiplas interpretações, podendo significar desde uma obsessão a um tabu.Enquanto tópico da cultura, a morte passou a ser objeto de estudo dos historiadores, especialmente a partir da década de 1970, em que a tradição dos Annales retomou temas que estavam fora da estrutura meramente econômica e mais próximos da psicologia ou da antropologia.
Para quem se interessar pelo assunto – ou pela abordagem – A Dita História indica o ótimo site “Arte Funerária no Brasil”. Projetado pela professora Adjunta de História da Arte da Universidade Federal de Goiás, Maria Elizia Borges. Segundo a Borges, a concepção do site tem como objetivo "propiciar ao internauta, a possibilidade de descobrir que no silêncio, os símbolos presentes nos túmulos, produzidos com certo gosto artístico, despertam os mais profundos e significativos sentimentos."O site possui versão em português, inglês e francês. É possível encontrar informações sobre vários cemitérios brasileiros, baixar dezenas de artigos sobre o tema, além de contar com uma lista de links importantes. Se você não tem medo do mistério da morte e gosta de história cultural, não deixe de conferir clicando aqui.Imagem: O Dia da Morte; pintura de William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)
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