sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cada Época com os seus Códigos...no século XVIII era assim...




Havia uma linguagem secreta, toda feita de sinais. Os acessórios indispensáveis eram o chapéu, o lenço e a espada. Para saudar a sua apaixonada, o rapaz beijava a aba do chapéu, o que fazia a menina corar como se tivesse recebido o beijo! Se punha a espada a meia altura, ela percebia "gosto de ti". Quando levava o lenço à boca, queria dizer "és bela". E se o dobrava, era sinal de que no dia seguinte voltaria para a ver.

Quanto à dama, servia-se do leque para comunicar os seus sentimentos. Havia tantas maneiras de o abrir, fechar ou abanar quantas as letras do alfabeto. Assim ia compondo palavras que o namorado, do outro lado da sala ou da igreja, decifrava com uma paciência infinita e ansiosa.

2 comentários:

  1. Parece-me que estes códigos continuam, se não de modo explícito -ou implícitos, como queira- pelo menos através de simbolos. Mesmo que na área do flerte, o senso geral diga que não há mais galanteios e rituais de conquista, isso não é verdade em todo. Até entre adolescentes existe frissons, gestos extrínsecos ou intrínsecos relacionados à psique que apontam para um jogo de conquistas. Os gestos permanecem, ainda mais numa época de poucas palavras e imagens mil. As meninas jogam o cabelo para atrair o pretendente, os rapazes fazem o gestual de 1estufar o peito para simular posse e força, altura, atributos que 'atraem a fêmea'.Li um texto de Umberto Eco que dizia que estamos vivendo uma segunda idade média - citou por exemplo a arte como bricolage, a violência gratuíta, fortificação de residências ante o inimigo inesperado. Talvez no gestual também estejamos num retorno à época medieval

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